As exportações de
calçados gaúchos aumentaram em 140% no mês de setembro para os Estados Unidos.
A queda nas vendas de um concorrente de peso é o motivo. É quase um mutirão
para atender tantos pedidos.
A
produção acelerada nas indústrias de calçados do Rio Grande do Sul tem motivo:
a guerra comercial entre chineses e americanos, que hoje pagam tarifas extras
de importação da China. A saída para os importadores americanos, foi procurar a
indústria brasileira, conhecida pelos calçados de qualidade.
“O
produto brasileiro se tornou mais competitivo agora que o chinês na economia
americana por conta dessa taxação”, destaca Adelar Fochezatto, professor de
economia da PUC-RS.
O Rio Grande do Sul
é responsável por 46% das exportações de calçados no país. A fábrica fica no
município de Dois Irmãos, a uma hora de Porto Alegre. No setor de corte do
couro, são três turnos de trabalho.
Esse
novo momento para a indústria calçadista está empolgando o setor. Os números
são expressivos. Em setembro, as fábricas gaúchas faturaram US$ 6,4 milhões com
as exportações para os Estados Unidos. Foram vendidos 270 mil pares de calçados
para o mercado norte-americano, o que representa um aumento de 140%, na
comparação com setembro do ano passado.
“O
Rio Grande do Sul tem uma grande expertise na produção de calçados de couro e
isso está fazendo a alegria dos consumidores norte-americanos”, diz Haroldo
Ferreira, presidente Associação Brasileira das Indústrias de Calçados.
Em
todo o país, 8,9 milhões pares de calçados foram exportados para os Estados
Unidos em 2019. Um aumento de 38%.
Um
calçado de couro, para ficar pronto não é nada simples, passa pela mão de mais
de 50 pessoas. E se as exportações continuarem nesse ritmo, a fábrica vai ter
que contratar.
“A
fabricação de calçado, apesar de hoje termos máquinas avançadas, temos até
algum robô costurando, máquina cortando, mas isso é 30%, os outros 70% dos
calçados é totalmente manual, esse setor precisa de gente, emprega muita gente,
porque ainda é um trabalho manual”, afirma Fernando Galhego, gerente de
exportações da fábrica.
“O fato é que
nós não podemos, estrategicamente, assumir um lado nessa história, temos que
ficar neutros, porque em termos de parceiros comerciais, são dois excelentes
parceiros, mas em valor, das nossas exportações, a China é duas vezes mais que
os Estados Unidos, então, brigar com a China, nem pensar”, comenta o economista.
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